E com o delay de uma semana, resolvi comentar o primeiro painel do Social Media Week aqui no Rio [#smwrio ou #smwrj – o pessoal não entrou num consenso]. Não vou fazer resuminho porque muita gente boa já fez isso por aí. Vou apenas me ater ao ponto que me interessa muito: o mercado no Rio de Janeiro.

Sou gaúcha, moro no Rio, mas não morro de amores pela Cidade Maravilhosa [só isso já gera discussão, né?]. Tenho um amor platônico por São Paulo e sei que em algum momento terei de morar lá: mesmo que seja para odiar. É aquela coisa de “pelo menos eu tentei”. Não é nenhuma novidade o fato de a capital paulista ser um mercado bom para quem é de comunicação. Enfim…

[Esse nariz de cera todo em estilo “querido diário” foi só para mostrar que não serei imparcial].

A mesa era composta por entusiastas da Cidade Maravilhosa. E, boa notícia, a maioria disse que “há vagas aqui“.
Que há vagas, nós até imaginamos. A questão é: e o salário?

Não sou aquele tipo chatinho que acha CLT a melhor coisa do mundo [pelo contrário!] e que os olhos brilham com as palavras VR e VT. Mas faz tempo que eu mesma pago minhas contas [não nasci rica, escolhi ser jornalista, nunca me casei por dinheiro e não ganhei na loteria], portanto, sorry, grana é importante, sim. Não me venham com aquele papo hipócrita de que o que conta é a experiência e blablablá. E já que o Álvaro Rodrigues disse que “idéia não tem CEP”, perguntei então por que os salários aqui eram mais baixos do que os de São Paulo, por exemplo.

Quase fui engolida!

Não sei se ficaram ofendidos achando que eu estava dizendo que eles pagavam mal, mas foram unânimes em afirmar que eu estava errada. Vale ressaltar que não estou inserida no mercado digital, então minha base são as ofertas que estão por aí.

O engraçado é que a Risoletta Miranda, Rizzo, como é chamada, minutos antes contou que ofereceu emprego para uma entrevistada em Brasília pelo dobro do que pagaria pela vaga no Rio. E, ao responder minha pergunta, disse que os salários no Rio eram tão bons quanto nos outros lugares. #naoentendi

E ainda acrescentou: que eu não estava tendo sorte e que para o bom profissional tem melhores salários sempre.

Bom, primeiro quero deixar bem claro que não procurei nenhum trampo na área, então não era o caso de “sorte” porque a questão não era pessoal [em tempo: trabalho com mídia impressa até que o digital me pague mais]. Não estava falando baseada em experiência própria. Repito: fiz a pergunta simplesmente levando em conta as ofertas que vejo por aí [com Sampa por 3, 4 mil e Rio por mil]. Segundo, que melhor salário para um bom profissional é algo comum em qualquer área. Quando você faz o que gosta, faz bem e se faz bem, ganha melhor. Sempre negociei [com sucesso!] meus salários levando em conta isso.

Portanto, nenhuma novidade. E não concordei com a opinião deles.

Em algum momento foi levantada a questão de que era mais barato viver aqui do que em São Paulo e, por isso, a diferença de salários. Nãnãninãnã. Preguiça de entrar no mérito do valor dos imóveis no Rio, só para citar uma forma de comparar o custo de vida nas duas capitais.

Sem outros argumentos, lá pelas tantas, a resposta básica: aqui é mais caro por causa da qualidade de vida. O bom e velho: você paga pela vista!

Ok. Tem gente que paga vários reais para ter a vista do Cristo, mas vai de pessoa para pessoa.

Também não vou entrar nesse mérito, porque foge da discussão. E o Rio também perdeu dois argumentos no quesito qualidade de vida: o trânsito aqui já é um inferno e a poluição é maior do que em Sampa [também “choquei” com essa notícia].

Voltando para a pauta: eu não sei o que os palestrantes chamam de “bons salários”, mas esses 2 pila que oferecem por aí mal pagam meu aluguel [no Flamengo! Não estou falando em Ipanema e Leblon, ok?]. Também não sei que o motivo de tanta oferta por aí. Tem um monte e gente se formando todo semestre. Não seria o caso de qualificar o pessoal de comunicação? E depois pagar bem esse pessoal para eles não irem pra Sampa? Estou sendo muito “simplista”?

Ah, sim. Rizzo deu a dica: “não estude redes socais, estude comunicação”.
Álvaro Rodrigues destacou: o carioca se comunica de uma forma ímpar”.

Então, caro carioca que “extudou” comunicação, é hora de se jogar! Eles têm vagas.