Jornalismo X Comercial

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Revista se faz para o leitor*. Simples assim

 

 

Falar da guerra fria entre redação e comercial é chover no molhado.
Sempre existiu e sempre vai existir.

É verdade que um depende do outro:  o comercial precisa do jornalismo para ter um “produto” e o jornalismo precisa do comercial para tornar viável o “produto”. O triste [sem querer bancar a dramática] é que cada vez mais as relações são somente comerciais.

Algumas publicações são informes publicitários disfarçados de textos jornalísticos [e até publicitários mesmo, se levarmos em conta a quantidade de adjetivos].

 Nos bastidores, as pessoas nem se dão ao trabalho de disfarçar.
A mão que escreve a matéria é a mesma que recebe o cheque.

Outro dia, uma amiga assessora recebeu a seguinte resposta ao enviar uma sugestão de nota:
“Obrigada pelo contato. Já estamos alinhando a divulgação com NOME DO MARKETING DA EMPRESA”.

A jornalista [?] ignorou uma notícia relevante para suas leitoras porque ainda estava negociando o espaço comercial.

[Detalhe: no pacote comercial do veículo [?], além de banner, há matérias.
Sim. Matérias. E isentas da etiqueta “publi” , “informativo comercial” ou qualquer outro termo que coloque em xeque a credibilidade das informações.]

 E aí vai a máxima que eu sempre cito: jornais/sites/revistas existem por causa de seus leitores. A partir do momento que não há leitores, não há publicação. E se não há publicação, não há departamento comercial.

Simples assim!

 É a tal da credibilidade.
Que tem cada vez mais peso em um mundo com uma enxurrada de informações e onde qualquer um pode ter um blog.

Credibilidade é tudo!

Mas será que as pessoas conseguem distinguir um veículo sério dos demais?
Ás vezes eu acho que não.
Elas acreditam nos “formadores de opinião”. Só passam a desconfiar [quando desconfiam!] quando alguém joga m. no ventilador.
Ou quando estoura algum escandalozinho como o da Sephora envolvendo blogueiras conhecidas.

No mercado de casamento a coisa é mais promíscua.
Tem media kit cobrando até por post no facebook.
E revista que só publica na ficha técnica fornecedor que for anunciante.
A mesma que vende para as noivas deslumbradas páginas para mostrarem para a “sociedade” o casamento dos sonhos.

Tem quem pague… E tem quem acredite que aquilo é jornalismo.

Tenho orgulho de trabalhar para uma revista que tem a redação separada do comercial.
Um corredor, onde fica a copa, separa os dois departamentos. Ali que jornalistas e consultores de venda se cruzam na hora do café e trocam uma ideia.

Como colegas de trabalho, nada imposto.
Cada um no seu quadrado [beijo, Philippe!]

 

Se existe influência comercial?
Claro que existe!
Se, por exemplo, em um editorial de moda temos dois vestidos que atendem a pauta e os dois são lindos e só temos espaço para um, o poder de decisão será o do fornecedor que for anunciante.
E nem é simplesmente pelo fato de ser anunciante. Aqui entra mais uma palavrinha que faz toda a diferença: relacionamento. Por ser parceiro da publicação, você acaba tendo mais contato com esse fornecedor, logo, opta por ele. Mas digamos que o vestido do anunciante não atende a pauta e o outro atende… Entra o outro!

A leitora sempre em primeiro lugar.
Isso deveria ser básico, mas acaba sendo o diferencial da revista que presto serviço.
Na ficha técnica dos casamentos, por exemplo, entram TODOS os fornecedores.
O contato deles aparece no site. Isso é jornalismo de serviço.

 

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Quanto mais independente a revista, mais valor terá e mais anunciantes estarão interessados nela*

 

 

 Outro dia, soube de um caso de um cupcake que foi postado na fanpage de uma revista.
Quando uma leitora/fã perguntou de onde era, a revista informou o contato de um parceiro.
Uma leitora/fã atenta, escreveu que o doce em questão era da fornecedora X.
A revista apagou o comentário.
Ou seja: além de mentir, ainda pratica um desserviço.
Deixa de publicar a informação correta em prol dos interesses comerciais.
E comete um, na minha opinião, crime.
A dona do cupcake soube e pediu apenas para dar o crédito da imagem, dizer que era uma criação dela.
A revista ignorou e simplesmente deletou o post.

 Preocupante essa falta de profissionalismo. O pessoal matou a aula de “ética”?
Ou seria falta de caráter?
Mas aí só nascendo novamente.
Caráter vem de berço, se constrói em casa, não se aprende na faculdade de jornalismo nem em nenhuma outra.

 

*Trechos do livro A Arte de Editar Revistas | Fatima Ali

Na dúvida, Estadão!

Bíblia

A primeira vez que vi o Manual de Redação e Estilo do Estadão fiquei fascinada [tks, Paulo Scarduelli]. Tudo que eu precisava saber de uma forma resumida e bem fácil. Como não amar “Os 100 erros mais comuns”? Como não levar pra vida o capítulo “Escreva certo”? Como não bater na cabeça depois de ler a explicação sobre a forma de usar a palavra “acontecer” [minhas estagiárias sabem muito bem que só acidentes acontecem]? Por essas e outras, a partir dali, no terceiro semestre da facul, ele virou minha bíblia. E olha que eu tentei o manual de O Globo, da Folha [meu jornal preferido, apesar das falhas no manual] etc. Não adianta. Estadão dono do meu coração!

Os cem erros: quem nunca?

Na dúvida, primeiro recorro ao manual. Só depois penso no dicionário. Sim, tem o Google, claro, santo Google. Mas com tanta gente escrevendo errado, nem sempre ele é a fonte mais confiável.

Continuo firme e forte na minha velha versão impressa, mas com tanto neologismo e depois da reforma ortográfica o “bichinho” ficou com algumas falhas… Foi aí que eu resolvi recorrer… ao Estadão! Desenvolvi a “técnica da busca”. Simples assim… Vou ali no cantinho esquerdo do site do jornal e digito a palavra. A maneira que aparece nas matérias, é – geralmente – a forma correta. Mas como “herrar é umano”, tem alguns probleminhas, claro. Alguns problemões também [Eduardo Martins deve se revirar no túmulo nessas horas – mas isso não vem ao caso]. Não sei se por causa da pressa ou por conta de editores mais flexíveis, algumas palavras aparecem de formas diferentes.

A técnica da busca: simples e prática

E aí que eu não sei se muay thai tem hífen ou não!
Para não perder tempo contando se aparece mais “muay thai” ou “muay-thai”, vou aplicar a regra preguiçosa da crase: na dúvida, não use!

 

Utilidade pública:
Manual do Estadão: versão “retrô” aqui.
Versão online aqui.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SaveMe compra o Moda It

O SaveMe, agregador de ofertas do Brasil e com atuação em outros seis países da América Latina, acaba de realizar sua primeira compra, o Moda it – website agregador de blogs, promoções e achados do mundo da moda.

 

A aquisição tem como objetivo oferecer novidades e facilidades aos seus usuários. “O Moda it nos chamou atenção por explorar este emergente mercado de uma perspectiva diferente, com foco na comodidade gerada para as leitoras e compradoras de moda na web”, comenta Heitor Chaves, sócio-diretor do SaveMe.

 

Além disso, com o desenvolvimento do e-commerce no segmento de moda no Brasil, a compra do agregador Moda it para o Buscapé Company, que detém 75% do SaveMe, complementa a estratégia da empresa. “Poderemos agregar à categoria utilizando todas as ferramentas disponíveis em nossa plataforma de Digital Commerce”, complementa Romero Rodrigues, CEO do Buscapé Company.

 

Pioneira no segmento, o Moda it iniciou suas atividades em março de 2011, como um site de promoções no mundo da moda. Em setembro do mesmo ano, o empresário e fundador do site, Caio de Arruda Miranda, percebeu o potencial da blogosfera fashion e do fenômeno das “it girls” (jovens mulheres formadoras de opinião e cheias de estilo) e modificou o formato do site para se tornar uma plataforma agregadora do melhor conteúdo de moda na internet.

 

Hoje, o Moda it é um ponto de encontro de blogs e referência entre as leitoras e consumidoras de moda na internet, que podem encontrar todas as novidades do universo feminino (moda, beleza e lifestyle) em uma mesma página, de fácil navegação.

 

O sucesso do site pode ser demonstrado pelo crescimento espontâneo de sua comunidade no Facebook, que em seis meses ganhou mais de 50mil seguidoras. “Visando esse aumento entre as leitoras, decidimos investir na empresa. O modelo do Moda it nos pareceu amigável às usuárias, com potencial de gerar mais tráfego qualificado e apelo comercial”, explica o também sócio-diretor do SaveMe, Guilherme Wroclawski.

 

Ao todo já são mais de 70 blogs nacionais e internacionais cadastrados no agregador, entre eles grandes nomes do segmento como, Lala Rudge, Blog da Thássia, Lu Tranchesi, Petiscos e Blog da Maria Sophia, com dicas de como se vestir bem, maquiagens e as tendências de moda do momento.

 

Para o sócio-fundador do Moda it, Caio de Arruda Miranda a expertise do SaveMe e a infraestrutura do Buscapé Company vieram para fortalecer a marca. “Com a aquisição, poderemos oferecer às nossas leitoras uma experiência completa de navegação pelo mundo da moda, agregando os melhores conteúdos e ofertas deste mercado na web”, finaliza o executivo.

O Facebook para leigos

Vídeo antiguinho, com dados totalmente desatualizados, mas vale dar uma olhada pra saber um pouquinho sobre o Face.

http://www.youtube.com/watch?v=lncBoscrh9M&feature=related

“A privacidade e o controle são as principais razões que levam tantas pessoas para o Facebook”

 

http://www.youtube.com/watch?v=Eiu49YplWZI&feature=related

 

 

Temos vagas. Salário: a combinar

E com o delay de uma semana, resolvi comentar o primeiro painel do Social Media Week aqui no Rio [#smwrio ou #smwrj – o pessoal não entrou num consenso]. Não vou fazer resuminho porque muita gente boa já fez isso por aí. Vou apenas me ater ao ponto que me interessa muito: o mercado no Rio de Janeiro.

Sou gaúcha, moro no Rio, mas não morro de amores pela Cidade Maravilhosa [só isso já gera discussão, né?]. Tenho um amor platônico por São Paulo e sei que em algum momento terei de morar lá: mesmo que seja para odiar. É aquela coisa de “pelo menos eu tentei”. Não é nenhuma novidade o fato de a capital paulista ser um mercado bom para quem é de comunicação. Enfim…

[Esse nariz de cera todo em estilo “querido diário” foi só para mostrar que não serei imparcial].

A mesa era composta por entusiastas da Cidade Maravilhosa. E, boa notícia, a maioria disse que “há vagas aqui“.
Que há vagas, nós até imaginamos. A questão é: e o salário?

Não sou aquele tipo chatinho que acha CLT a melhor coisa do mundo [pelo contrário!] e que os olhos brilham com as palavras VR e VT. Mas faz tempo que eu mesma pago minhas contas [não nasci rica, escolhi ser jornalista, nunca me casei por dinheiro e não ganhei na loteria], portanto, sorry, grana é importante, sim. Não me venham com aquele papo hipócrita de que o que conta é a experiência e blablablá. E já que o Álvaro Rodrigues disse que “idéia não tem CEP”, perguntei então por que os salários aqui eram mais baixos do que os de São Paulo, por exemplo.

Quase fui engolida!

Não sei se ficaram ofendidos achando que eu estava dizendo que eles pagavam mal, mas foram unânimes em afirmar que eu estava errada. Vale ressaltar que não estou inserida no mercado digital, então minha base são as ofertas que estão por aí.

O engraçado é que a Risoletta Miranda, Rizzo, como é chamada, minutos antes contou que ofereceu emprego para uma entrevistada em Brasília pelo dobro do que pagaria pela vaga no Rio. E, ao responder minha pergunta, disse que os salários no Rio eram tão bons quanto nos outros lugares. #naoentendi

E ainda acrescentou: que eu não estava tendo sorte e que para o bom profissional tem melhores salários sempre.

Bom, primeiro quero deixar bem claro que não procurei nenhum trampo na área, então não era o caso de “sorte” porque a questão não era pessoal [em tempo: trabalho com mídia impressa até que o digital me pague mais]. Não estava falando baseada em experiência própria. Repito: fiz a pergunta simplesmente levando em conta as ofertas que vejo por aí [com Sampa por 3, 4 mil e Rio por mil]. Segundo, que melhor salário para um bom profissional é algo comum em qualquer área. Quando você faz o que gosta, faz bem e se faz bem, ganha melhor. Sempre negociei [com sucesso!] meus salários levando em conta isso.

Portanto, nenhuma novidade. E não concordei com a opinião deles.

Em algum momento foi levantada a questão de que era mais barato viver aqui do que em São Paulo e, por isso, a diferença de salários. Nãnãninãnã. Preguiça de entrar no mérito do valor dos imóveis no Rio, só para citar uma forma de comparar o custo de vida nas duas capitais.

Sem outros argumentos, lá pelas tantas, a resposta básica: aqui é mais caro por causa da qualidade de vida. O bom e velho: você paga pela vista!

Ok. Tem gente que paga vários reais para ter a vista do Cristo, mas vai de pessoa para pessoa.

Também não vou entrar nesse mérito, porque foge da discussão. E o Rio também perdeu dois argumentos no quesito qualidade de vida: o trânsito aqui já é um inferno e a poluição é maior do que em Sampa [também “choquei” com essa notícia].

Voltando para a pauta: eu não sei o que os palestrantes chamam de “bons salários”, mas esses 2 pila que oferecem por aí mal pagam meu aluguel [no Flamengo! Não estou falando em Ipanema e Leblon, ok?]. Também não sei que o motivo de tanta oferta por aí. Tem um monte e gente se formando todo semestre. Não seria o caso de qualificar o pessoal de comunicação? E depois pagar bem esse pessoal para eles não irem pra Sampa? Estou sendo muito “simplista”?

Ah, sim. Rizzo deu a dica: “não estude redes socais, estude comunicação”.
Álvaro Rodrigues destacou: o carioca se comunica de uma forma ímpar”.

Então, caro carioca que “extudou” comunicação, é hora de se jogar! Eles têm vagas.

Oi, meu nome é Thysa Amélia Jackes, eu nasci em Porto Alegre e eu escolhi fazer comunicação porque…

Meu primeiro blog foi em 2001, no finado Desembucha. Nasceu como diário cor-de-rosa, com os questionamentos de quem estava se formando em jornalismo e prestes a cair no mundo, no caso, Salvador. De lá para cá, passei pelo blig, pelo blogspot, aquele do Comunique-se que eu nem lembro mais o nome e, de repente, todo mundo virou blogueiro. Detesto modinhas [mas amo moda!], abandonei o “painel de controle” e voltei pro bom, velho, nostálgico e charmoso caderninho de anotações. Mas em tempos de “share”, achei melhor jogar na rede as humildes ideias novamente. E cá estou, mais uma vez. Afinal, como diz o Rei [que voltou pra mídia a mil!], eu voltei, voltei para ficar. Porque aqui, aqui é o meu lugar…